Uma
discussão que eu não vou entrar é se
as ações inesperadas são mais um produto
da criatividade, portanto abarcadas pelo mesmo conceito.
É bem provável que seja.
Essa
busca da criatividade e do inesperado pode virar fim em
si própria e acabar virando a busca do imponderável,
do imensurável.
O que apresenta uma campanha criativa e
inesperada para uma "sex-shop", na Europa.
Minhas
dúvidas são as seguintes, com relação
a esta propaganda apresentada:
-
qual o público-alvo a ser atingido?
-
um fato "gritante" como este ajuda ou atrapalha
na busca da atenção?
-
os resultados, quais foram os resultados para a loja que
bancou a propaganda?
-
os resultados foram capturados pela loja que pagou a propaganda?
-
houve aumento de vendas nas outras "sex-shop"?
Eu
tenho dúvidas se este tipo de propaganda, que inevitavelmente
chamou a atenção, deu resultados em termos
de acréscimo de vendas, pois o público que
associaria o "reclame" à loja de "sex-shop"
seria aquele que já a freqüenta. Mas isto só
é um "achismo" meu, precisaríamos
de maiores dados da realidade para verificar que tipo de
público foi atraído, e se foi atraído...
A
veiculação paralela provocada por este tipo
de exposição - geração de notícias
e diz que diz - pode ter sido o maior ganho, caso tenham
conseguido associar a notícia ao "sex-shop"
específico que o patrocinou. Ou será que houve
também aumento de vendas em outros "sex-shops"?
Meu
propósito é contrapor a idéia fixa
de criatividade (inesperado) versus a efetividade da campanha.
É
um erro comum da propaganda encarar a criatividade pela
criatividade, a criatividade como fim.
Se
focarmos o público que já vai a "sex-shops",
para fazer uma pesquisa com eles, continuaremos com o mesmo
mercado de pessoas mais "sem-vergonha" de freqüentar
um "sex-shop".
Qual
é o percentual de vendas pessoais e virtuais de um
"sex-shop"?
Uma
simples sugestão alternativa de publicidade: uma
foto de um casal de cabelos brancos que denote, insinue
carinhos íntimos e uma frase, com este sentido, mas
que pode e deve ser trabalhada:
"Junte
brincadeira ao seu prazer.", ou
"Brinque
com o seu prazer.", ou ainda
"Brinque
com o seu amor"
O
problema seria levar esse público à "sex-shop",
pois nem todos se sentiriam bem se vistos lá.
O
acesso virtual, por parte deste público, facilitaria
o contato. Limitaria o mercado-alvo a quem tem e usa Internet,
mas atenderia um público que jamais freqüentaria
um "sex-shop" pessoalmente.
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